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Vida e Obra de Felippe D'Oliveira

Aos 23 de agosto de 1890, nasceu em Santa Maria, Felippe Daudt Alves de Oliveira. Era o terceiro filho de Felipe Alves de Oliveira, cidadão de raras virtudes morais, conceituado bacharel, descendente de ilustre família pernambucana, tendo em Santa Maria exercido atividades de Delegado de Policia, Juiz Municipal e Jornalista. Sua mãe, Maria Adelaide Daudt de Oliveira era uma dama prendada, filha de João Daudt, comerciante de elevado conceito.

O mais poeta de todos os poetas de sua geração e das que o sucederam, não conheceu seu pai, que foi vitima de assassinato, ocorrido 12 dias antes de seu nascimento. A temática de dor, saudade e ausência em muitas de suas poesias revela o que o trágico acontecimento provocou e marcou o seu subconsciente.

Realizou seus primeiros estudos e os completou em Porto Alegre, onde cursou a Faculdade Livre de Medicina e Farmácia de Porto Alegre, recebendo o diploma de Farmacêutico com apenas 18 anos, em 12 de dezembro de 1908.

Desde cedo demonstrou penhores poéticos e publicou seus versos, quando se encontrava em Santa Maria, no jornal O Combatente.

No Rio de Janeiro, para onde transferiu-se, foi considerado um dos maiores intelectuais da época, e se evidenciou como pensador, novelista, poeta, jornalista e teatrólogo.

Criou e desenho a capa do livro Vida Extinta, publicado em junho de 1911 no Rio de Janeiro. Essa obra contem seu mais expressivos poemas.

Em atividades jornalísticas (1910-1915), colaborou com a revista Fon-Fon  e nos periódicos Gazeta da Notícia, País e a Imprensa.

Em 1927, selecionou suas melhores produções poéticas e intitulou o conjunto de Lanterna Verde. Atribuiu se esse título ao fato de Felippe D’Oliveira ter ouvido de seu tio João Daudt Filho relato de como Santa Maria tornou-se expressivo centro ferroviário e dedicou-lhe o poema Encruzamento de Linhas.

Poemas, crônicas, discursos e entrevistas estão reunidos no Livro Póstumo e foi publicado em 1938, no Rio de Janeiro. Escreveu para o Teatro uma única peça Terra Cheia de Graça em um ato.

Felippe D’Olveira tomou parte em campanhas politicas em 1930, colaborando com a Aliança Liberal, a fim de desfazer a politica tradicional do café com leite. Seu espirito combativo leva-o a participar de Revolução Constitucionalista de 1932. Terminada a Revolução, como os demais chefes do movimento, tinha duas opções: ou ser preso ou exilado. Prefere o exílio, fugindo para França.

Felippe D’Oliveira praticava diversas modalidades de esportes, entre eles destacava-se em natação, esgrima, ginástica, remo e automobilismo. Em um acidente automobilístico, ele acaba falecendo nas proximidade de Paris, no dia 17 de fevereiro de 1933, com 42 anos de idade.

No ano de sua morte, na data de seu aniversário, foi criada a Sociedade Felippe D’Oliveira, no Rio de Janeiro com objetivo de publicar as obras inéditas do poeta, bem  como divulgar outros autores. Em São Paulo, em 18 de maio do mesmo, foi inaugurada a rua com seu nome. Também em Porto Alegre, Rio de Janeiro e Santa Maria foram inauguradas ruas com seu nome.

Cartas e manuscritos de muitos de seus poemas escrito no exílio encontram-se na Biblioteca Pública Municipal de Santa Maria, como relíquias sendo doadas por  um familiar.

Muitas demostrações de reconhecimento ao grande homem santa-mariense, que orgulha sua terra e sua gente de todas as gerações, têm sido realizadas em Santa Maria. Ao poeta insuperável, politico, desportista, idealista, sensível ao belo e aos valores do seu tempo, foi inaugurado, em 16 de julho de 1935, na Praça Saldanha Marinho, um busto em Bronze esculpido por  Victor Brecheret. Sobre um mano lito de ganito colocado, com a inscrição: Felippe D’Oliveira 1890-1933 – A Cidade de Santa Maria a seu grande poeta..

Desde 1940, é Patrono da Biblioteca do Instituto Olavo Bilac; Também é patrono do Centro Cívico da Escola Estadual de 1º e 2º graus Professora Margarida Lopes. Por Lei Municipal nº 1916/77, de 07 de junho 1977, foi instituído o Concurso Literário Felippe D’Oliveira que premia anualmente participantes de todo o Brasil que participam do concurso  nas modalidades de conto, crônica e poesia.

Por ocasião do centenário do nascimento do poeta, numa inciativa  da Associação Santa-Mariense de Letras, com a participação efetiva do Instituto Estadual do livro, da Universidade Federal de Santa Maria e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul foi realizada uma edição da Obra Completa de Felippe D’Oliveira e lançada dia 14 de dezembro de 1990 no Centro Cultural que também promoveu na ocasião, Seminário e Debate sobre a obra e o autor. E também realizou um Concurso de Arte Declamatória Felippe D’Oliveira, com recitais da poesia do Autor por  estudantes de todos os níveis de ensino no Centro Cultural de Santa Maria. 

Em 2006, quando a ASL foi transformada em Academia Santa-Mariense de Letras Felippe D’Oliveira tornou-se um dos Patronos da entidade, designando a Cadeira nº 3, ocupada pela acadêmica Lígia Militz da Costa.

Obras do escritor 


Poesia

Vida Extinta  

1ª edição : Rio de Janeiro: Liga Marítima Brasileira, 1911

2ª edição : Rio de Janeiro: Soc. Felippe D’Oliveira, 1937

Lanterna Verde 

1ª edição: Rio de Janeiro: Pimenta de Mello e Cia,1926

2ª edição: Rio de Janeiro: Pimenta de Mello e Cia,1933

 3º edição: Rio de Janeiro:  Soc. Felippe D’Oliveira,1943

 4ª edição: Santa Maria:UFSM/ Santa Maria,1980

 Alguns Poemas -  Rio de Janeiro: Soc. Felippe D’Oliveira,1937   

Teatro

Terra Cheia de Graça

Rio de Janeiro: Soc .Felippe D’Oliveira,1934

Prosa

Livro Póstumo

Rio de Janeiro: Soc.Felippe D’Oliveira,,1938

Poesia, Teatro e Prosa

 Felippe D’Oliveira: 

obra completa: IEL. Porto Alegre: UFSM, Santa Maria, 1990. 2ª edição: Editora UFSM, Santa Maria, 2016.

Fotos